Quinta-feira, 15 de Novembro de 2007

A Guerra do Peão

As 6 o despertador grita,
Ô desilusão!
Repetindo a mesma fita,
Mais um dia pro peão!

Um banho de gato,
Só para disfarçar.
Depois um desodorante de 2 reais,
E as axilas ao vento refrescar.

Café com leite,
Pão com ovo.
Na de frutas, yorgute,
De vez em quando um bolo.

Pronto para pegar o ônibus?
Hahaha... nem sonhando...
No mínimo 40 minutos,
Esperando, esperando...

No trabalho não há moleza,
São 9 horas em ritmo de atleta.
E o encarregado gritando:
“Rápido, pois temos que solicitar coleta!”

Os minutos parecem horas,
E o ritmo não pode diminuir
O tempo não passa,
E o peão doido pra sair!

Então...
O tão aguardado momento chega.
O sinal toca.
Acabou mais um dia de peleja.

Hora de voltar para casa.
O ônibus novamente.
Apertado, super lotado.
“Vamo apertar aí gente!”

O herói então chega em casa.
Cansado,
Suado,
Quebrado...

“Querido, que bom que você chegou!”
Diz sua esposa bonita.
Ah!
Após a guerra diária...
Nada melhor que o amor família unida!

“Que bom que você chegou!
A televisão pifou,
O gás acabou,
O cano da cozinha furou,
O vidro de palmito não abre,
E você se atrasou.
Cabeça de bagre!”

E assim o peão percebe,
A maratona do dia acabou.
Mas o teste final,
Apenas começou.



Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

Creative Commons License
DESCONSTRUINDO por Eliel Vieira está licenciado sob Creative Commons Attribution.

1 Comentário:

Mirèille disse...

kkkkk!!!! ótimo... sabe, a poesia não deve ser utilizada somente para quem gosta de falar de amor...
aliás a poesia nem devia ser utilizada pra isso!!!
Ela é uma grande arma!!! A palavra é a maior arma que temos em mãos para apontar quais são os problemas que temos entre nós.

Adorei!!!! kkkkkkkk!!!!!

De Onde Você Veio

Você é:

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO