segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Indiferença de Deus em Relação às Heresias

Quanto mais eu estudo e leio, mais me torno menos “xiita” e mudo de opinião em relação a alguns assuntos de fé. Atualmente os estudos bíblicos têm me conduzido à conclusão de que o temor que as pessoas nutrem em relação às “heresias” é de certa forma descabido, e que aqueles que se preocupam em eliminar as heresias, como se esta preocupação fosse a mais importante de todas, estão profundamente equivocadas. Pretendo neste texto abordar esta questão.

Recentemente escrevi uma resposta a uma pessoa que argumentava, dentre outras coisas, que é a “verdade” que deveria gerir a união dos cristãos. Sendo assim, meu interlocutor argumentou, o ecumenismo não deveria ser considerada uma prática bíblica, pois o ecumenismo é uma prática que tolera heresias e Deus abomina “heresias”.

Porém, este tipo de pensamento não condiz com a realidade. Uma vez que Deus se revela apenas sutilmente a nós através de suas obras criadas, e se revela plenamente somente através da revelação pessoal pela fé, se as coisas são assim como a Teologia diz que são, será que Deus vai ficar tão irritado assim com aqueles que não conseguirem compreender de forma 100% perfeita todas as minúcias dos assuntos “espirituais”? Em outras palavras, será que Deus vai ficar irritado com uma pessoa caso ela não consiga realizar a impossível tarefa de compreender e conhecer Deus da forma plenamente correta?

Vamos colocar uma analogia para exemplificar um caso: um pai ficaria muito irritado com seu filho se ele falasse inglês errado sem nunca ter tido aula de inglês? Indo um pouco além: um pai tem dois filhos (um que estuda inglês a 8 anos e outro que nunca estudou). Será que é justo ele cobrar o mesmo conhecimento da língua de ambos os filhos?

Enquanto refletia sobre isto li um salmo muito interessante: o salmo 15, de Davi.

Davi começa este salmo perguntando: quem pode habitar na tenda de Deus? É uma pergunta retórica, panfletária. É o ponta-pé inicial do salmo de Davi. O salmista pergunta, em outras palavras, quais são as práticas e posturas que Deus espera que nós tenhamos. Quem é aquele que agrada a Deus? E as respostas apontadas por Davi são:

1 – quem anda com integridade;
2 – quem pratica a justiça;
3 – quem fala a verdade;
4 – quem não é fofoqueiro (no original “quem não deixa a língua correr”);
5 – quem não lesa seu irmão;
6 – quem não insulta seu próximo;
7 – quem despreza as coisas ímpias;
8 – quem honra os que temem a Deus;
9 – quem não jura em nome dos outros;
10 – quem cumpre o que diz;
11 – quem não cobra juros quando empresa dinheiro a alguém;
12 – quem não aceita suborno contra o inocente.

Davi listou 12 características que uma pessoa deve ter, afim de que ela possa “habitar” na casa de Deus e, a não ser que eu não tenha entendido este salmo direito, nada é falado sobre “acreditar estritamente na verdade” ou “estar correto em tudo o que pensa acerca de Deus”.

Alguém pode argumentar que o item número 4 da lista acima está relacionado à questão das heresias, afinal, uma pessoa que acredita e prega uma “heresia”, está pregando e acreditando em não-verdades, logo estaria contradizendo este item. Porém, uma leitura sincera do texto não nos passa esta impressão. O que este trecho diz é que devemos falar a verdade, sermos honestos e jamais mentirosos.

Enquanto escrevia este texto, lembrei-me de uma passagem que havia lido há algum tempo sobre as coisas que aborreciam a Deus, nos provérbios da Bíblia. A passagem é Provérbios 6:16-19. De acordo com este texto, existem seis coisas que o Senhor odeia, e uma sétima que Ele abomina:

1 – olhos altivos;
2 – língua mentirosa;
3 – mãos que derramam sangue inocente;
4 – coração que trama projetos iníquos;
5 – pés que se apressam para correr para o mal;
6 – testemunha falsa que profere mentiras;
7 – aquele que semeia contenda entre irmãos.

Novamente, nada sobre as “heresias” é mencionado.

Alguém pode, no entanto, argumentar: mas Jesus não criticou avidamente os mestres da lei, que escravizavam a mente das pessoas? Jesus não criticou a religiosidade judaica? Jesus não chegou um dia ao Templo e chamou os lá presentes de “raça de víboras”? (Mt 12:22-37) E os apóstolos? Eles não eram implacáveis em relação às heresias? Paulo não disse que deveríamos considerar como anátema a todo aquele que pregasse um evangelho diferente daquele que ele estava pregando? (Gl 1:6-10) Mais ainda: você mesmo, Eliel, não é um crítico ávido contra aquilo que você considera heresia?

Sim, a resposta a todas as perguntas acima é “sim”. Porém, devemos ter muito cuidado aqui. Jesus ou os apóstolos jamais usaram o termo “heresia” e, como veremos a seguir, tanto Jesus quanto os apóstolos faziam uma distinção importante entre os “erros teológicos” que as pessoas acreditavam, de forma que eles não procediam da mesma forma para com todas as pessoas.

Tomemos como exemplo Jesus. Jesus era implacável para com os mestres judaicos da lei, já na infância ele discutia com os doutores sobre a lei de Moisés (Lucas 2:41-52). O mesmo Jesus, porém, parecia ser indiferente em relação às distorções teológicas do povão, das pessoas simples. Veja por exemplo a atitude amorosa que Jesus teve para com a mulher adúltera (Jo 8-1-11), ou para com os samaritanos (Jo 4:7-24) e, claro, até mesmo para com aqueles que o torturaram (Lc 23:34).

A parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37) é um clássico. Os samaritanos eram um povo profundamente odiado pelos judeus (e vice e versa). Os samaritanos não eram apenas “hereges” aos olhos dos judeus, eles eram considerados “inimigos de Deus”, inimigos da nação judaica, pessoas depravadas e sem qualquer coisa boa. Os judeus possuíam profunda repulsa pelos samaritanos como por nenhum outro povo. Trazendo para o nosso contexto evangélico atual, um samaritano seria tão repulsivo quanto um travesti que fosse todos os domingos “fazer ponto” próximo à porta da igreja (e este exemplo ainda é fraco, se comparado a toda repulsa que os judeus tinham pelos samaritanos). Então, conforme a história da parábola, um homem estava caído no chão após ter sido assaltado e maltratado por ladrões. Passaram pelo mesmo caminho um doutor da lei e um levita, e ambos não o ajudaram, seguindo seu caminho. Então passou pelo caminho um samaritano, a mais herege e repulsiva pessoa do mundo, e o que ele fez? Ele tratou da pessoa necessitada, tomou-a pelos braços, tratou dos seus machucados, levou a uma hospedaria e deixou ainda algum dinheiro extra com o dono do lugar para que ele cuidasse do necessitado.

Jesus, então, pergunta: qual deles agiu conforme a ordenança de amor ao próximo?

Se trouxéssemos esta parábola para os dias atuais, ela seria mais ou menos assim: havia uma pessoa caída no chão, após ter sido assaltada por traficantes. Passaram por ela um pastor e um ministro de louvor, e nenhum deles o ajudou. Então veio um espírita, ou um mulçumano, ou um travesti, ou um ateu, e o ajudou. Quem, pergunta Jesus a nós, praticou o mandamento de amor ao próximo? Quem foi “cristão”?

A verdade é que Jesus distinguia os “erros teológicos” das pessoas. Jesus era implacável para com os hipócritas, mas era compassivo para com os humildes. Jesus sabia que todas as pessoas eram pecadoras e ele, ao que parece, até relevava esse fato (claro, afinal ele pagou o preços dos pecados da humanidade). Existe até um versículo que diz que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4:6).

Meu argumento aqui é o seguinte: quando o erro teológico é intencional, descarado e tem como objetivo alcançar benefício próprio (como a Teologia da Prosperidade, ou como o proselitismo denominacional, ou como o “não me critique” dos pastores e dos líderes espirituais em geral, ou como o “eu tenho a verdade e você precisa aceita-la ou queimará no inferno seu incrédulo” dos cristãos em geral), nestes casos, o erro é grave e, se Jesus estivesse aqui para criticar este erro, Ele o faria grossa e implacavelmente; quando o erro teológico não é intencional, é sincero, provem de falta de conhecimento bíblico ou de uma interpretação equivocada (porém sincera) do Evangelho, e ele não tem objetivo de trazer benefícios ao “herege”, nestes casos, se Jesus estivesse aqui para criticar este erro, ele o faria de forma mansa, humilde e compassiva.

É por isso que eu digo: Deus terá muito mais misericórdia para com um homossexual do que para com um pastor comprometido com a Teologia da Prosperidade.

Por fim, concluo dizendo que a prática da fé é muito mais valorizada por Deus do que o testemunho da fé. Deus dá muito mais valor a uma pessoa que alimenta um faminto do que a aqueles que discutem se a salvação é pela graça ou pelas obras. Um “herege” espírita que alimenta os pobres agrada muito mais a Deus do que um evangélico dono da verdade que é indiferente à fome do seu próximo.

Temos, portanto, uma inversão de valores muito grande em nossa concepção de “heresia”, e qual vem a ser a importância dela a Deus. Um ateu pode agradar muito mais a Deus do que nós, cristãos, e isto me preocupa, me preocupa muito: não há espaço para conforto na fé cristã.

Não há outro caminho, a fé deve ser uma prática, não um ideal.

Concluo meu texto aqui. Pode ser que eu esteja errado e tenha dito um monte de heresias. Mas, se foi assim, não o fiz deliberadamente, sabendo que o que escrevi foi uma heresia. Escrevi conforme a maneira pela qual eu entendo o Evangelho, nada mais. E não tenho medo algum de ser julgado por Deus pelo que eu escrevi, pois sei que Ele valoriza a sinceridade acima de todas as coisas.


Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

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11 comentários:

Hélio disse...

Caro Eliel,

Não sei até que ponto Deus se preocupa com as heresias, mas eu inverteria a lógica: até que ponto as pessoas, mesmo cristãs, são indiferentes a Deus? Confesso que não tenho condições de avaliar as motivações de cada um, tampouco acho que cada um tenha condições de avaliar completamente as suas próprias motivações, mas temo que esteja faltando em nós (eu inclusive) humildade para reconhecer que Deus usou humanos para estabelecer a Sua igreja na Terra, e eles lutaram muito, às vezes entregando a própria vida, para que a coisa não descambasse de vez, como parece que hoje está descambando. Por isso eu gosto muito de uma passagem do Paul Tillich, que transcrevo a seguir:
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"Toda a história do dogma cristão é um constante fechamento, mas ao mesmo tempo uma tarefa de criação de definições. A definição é importante, pois sem ela a igreja teria sido solapada por elementos estranhos que queriam negar a sua existência. O dogma, e portanto, o desenvolvimento dogmático, não é algo lamentável e mau. Foi a forma necessária por meio da qual a igreja manteve a sua identidade. O elemento trágico em toda a história é que quando coisas desse tipo precisam ser feitas, logo vêm as conseqüências de estreitamento e de exclusão de elementos também muito valiosos."

(TILLICH, Paul. Perspectivas da Teologia Protestante nos séculos XIX e XX, Ed. ASTE, 3ª ed., 2004, pág. 24)
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Que Deus tenha misericórdia de nós!

Graça e paz!

5 de outubro de 2009 15:26
Eliel Vieira disse...

Hélio,

O fato de pessoas terem dado a vida por aquilo que acreditavam não torna o que acreditaram verdadeiro, prova apenas que eles acreditavam profundamente no que acreditavam. Lembre-se: não foram apenas cristãos que deram suas vidas pela fé que acreditavam, mas os mulçumanos também.

Abraço!

5 de outubro de 2009 16:53
Pregador do Evangelho de Jesus disse...

Muçulmanos morreram pela sua fé mas ninguém tem a mensagem que nós temos, eles não morreram orando pelos seus perseguidores! A bíblia diz que heresia é obra da carne ver galátas 5 e que os que praticam isso não herdam reino de Deus. Paulo disse que se alguém pregasse um outro evangelho que fosse anátema mas existem questões discutiveis como disse Paulo e o problema creio que está mais ai do que nas questões fundamentais da fé.

Romanos 14
1 Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

Nós aqui no Brasil somos uma geração inteira de enfermos na fé, alguns estão fracos, outros doentes e outros já dormem por isso tanta confusão. Deus não é indiferente as heresias, mas Ele sabe muito bem o tempo que demora para alguém dar o fruto, ninguém começa a construir uma casa pelo teto, primeiro tem que se lançar a base, o fundamento depois prosseguindo com as colunas, os alicerces, por último os detalhes do acabamento, na hora de evangelizar alguém é assim, estamos tentando fazer aquela pessoa construir sua casa sobre a rocha que é Cristo, não adianta explicar para ela como é o acabamento fino que ela não vai entender, não podemos trocar os pés pelas mãos. Ai eu vejo que entra a sabedoria de Deus com relação aos novos convertidos e o fato de Deus não exigir da pessoa algo que ela não tem como fazer ainda.

Hebreus 5:11 Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.- 12 Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.

Tiago disse não queiram muitos de vós serem mestres pois receberemos muito mais rigoroso juízo.

Creio que todos os apóstolos foram bem radicais com relação a doutrina de Cristo, ver como Paulo escreveu para timóteo falando sempre da sã doutrina, como João mandou não recebermos em casa os contrários a são doutrina, não os saudarmos, para não nos associarmos com as obras infrutuosas das trevas antes a condenarmos, que não tem comunhão o templo de Deus com os ídolos, que dois não andam juntos se não estiverem de acordo, que não devemos sentar na roda dos que zombam de Deus, quem sabe fazer o bem e não faz comete pecado e por ai vai ...

O diabo tem tirado de muitos a coragem de lutar, e isso culminará com a ascensão do anti-Cristo ao poder, a unificação das religiões o movimento apóstata ecumenico é prova disso, e tudo o que está dito na biblia, uma aparente paz e segurança, mas desprezando a cruz de Cristo e a sua doutrina.

Deus com certeza não é indiferente as heresias, ele vela pela sua palavra mas penso que Deus sempre está pronto a ensinar e a falar num primeiro momento, mas quando nos fazemos negligentes para ouvir temos o que estamos vendo, brigas, dissensões, invejas, obras da carne reinando!

Precisamo voltar ao fundamento que é Cristo, temo que sejamos uma geração inteira que parece que vai morrer no deserto e não alcançar a terra prometida por nossa desobediência.

Deus abençoe
Anderson
Blog Fimdosdiasnaterra

5 de outubro de 2009 19:03
Aline disse...

Gosto muito de acompanhar seu blog.

10 de outubro de 2009 10:53
Robson disse...

Eliel, parabéns, vc fez um bom comentário, bem embasado.

Bem, realmente, Deus vai se importar mais com as atitudes da fé, do que com a profissão da fé. E confesso que as coisas que você tem escrevido me ajudaram a observar isso com mais cuidado, e com humildade.

Só cuidado para não criar o seu próprio dogma através da mera afirmação "Deus não se importa com heresias teológicas".

Bem, Paulo criticava os fariseus por uma coisa em que eles acreditavam (salvação pelas obras) e também pelo que eles faziam (mas Jesus foi mais enfático nesse segundo ponto).

Há de se considerar até que ponto uma heresia teológica afetaria o próprio estilo de vida dos fiéis.

Uma teologia herética criada com o propósito de fazer o povo pecar contra Deus, como a T. da Prosperidade, é um exemplo. Mas podemos considerar também os católicos. À parte da discussão sobre idolatria (que eles negam veementemente), podemos verificar que eles também pregam uma salvação pelas obras. Mas Paulo falava que isso não era somente um erro teológico, isso era pecado, porque substituiria o sacrifício de Cristo, fazendo-o ser em vão.

A confiança na sua própria justiça pode ser considerada um resumo do que é a maior heresia cristã de todas. A maior parte das seitas tem a salvação pelas obras como um de seus principais pontos. E além disso, mais do que uma confissão errada de fé, eles levam os fiéis a uma prática equivocada, pois confiam nas próprias obras para salvação. A salvação pelas obras não é um atributo só da pseudo-cristandade, mas praticamente de todas as outras religiões.

Os católicos e espíritas se enquadram aí. Fazem boas obras, mas muitas vezes para fazer aquilo que é condenado, ou seja, se gloriar. Estes, não adianta negar, Deus não os olha com melhores olhos do que o cristão verdadeiro que ainda não realizou grandes obras de amor. A cruz, para aqules, continua sendo o que Paulo falou, escândalo e pedra de tropeço, pois eles não a consideram suficiente para se justificar.

Não generalizo novamente dizendo que todos eles são automaticamente condenados ao inferno, pois existem aqueles que fazem boas obras de forma sincera e desprendida, originadas de uma fé também sincera. Esse foi o caso do bom samaritano. Ele não pensou em si mesmo, não mediu vantagens ou desvantagens que a sua ação poderia desencadear, mas ajudou prontamente, exercendo livremente o amor.

Mas Jesus não estava querendo dizer que aquele homem era, simplesmente por oposição aos religiosos que passaram e não ajudaram, um verdadeiro nascido de novo. Ele quis dar um exemplo de como é a atitude de quem realiza a religião mais puramente, ou seja, através do amor. Eventualmente aquele samaritano pode ser salvo, ou não. Ou seja, as conidções para salvação não estavam em questão nessa parábola, mas sim o que significa um fé viva, como aquela que diz Tiago.

A salvação pela graça é o maior tesouro da teologia de Paulo, tema principal de Romanos e Gálatas, e ironicamente é a parte mais incompreendida entre os cristãos. Mas eu não exijo que todos os cristãos saibam todos os detalhes dessa teologia, nem que acertem todas as respostas se fosse dado um quiz de religião, como condição para serem salvos. Afinal, a mensagem de Paulo é justamente para que não confiemos na nossa própria justiça para salvação, e não para que entendamos todos os pontos difíceis que ele expõe em suas cartas. A mensagem é simples, não precisa de floreamentos teológicos. Entregue-se ao Senhor e creia nele. Kbô.

As heresias secundárias que não negam a suficiência da obra de Cristo (como os eternos combates livre-arbítrio versus predestinação) são secundários mesmo, e não devem ser causa de acusações mútuas.

E nem as heresias primárias devem ser motivo pra brigas, porque brigas já não fazem parte do agir cristão. Mas isso não é motivo para tolerarmos os ensinos, e rejeitá-los publicamente. Toleraremos e amaremos sim as pessoas, não suas idéias.

PS: Você não comentou o principal versículo que eu apresentei para justificar, a minha idéia de que Deus não tolera as heresias, ou seja, Jó 42:7.

14 de outubro de 2009 16:16
steve disse...

É, eu precisava ouvir isso, muito bom. Mas tenho algumas objeções ou duvidas; quero usar argumentos logicos(ou não, sou meio dubio), tipo, um "TJ" crê que Jesus é o senhor e salvador(e digo isso dos novos adepitos da "ceita"),mas não crÊ que Ele está no mesmo nivel do Pai, ele estaria cometendo eresia por assim crê. Se não me engano a doutrina da trindade foi assegurada em meados de 350-400 dc(Nicéia) se eu não me engano, supondo assim, como fica a cituação daqueles(cristãos) que viveram antes dessa data pensando que o Pai era Deus e o filho era somente uma criação. Não crê que o filho é Deus no nosso tempo é quase mortal, como fica isso.(Eu creio na doutrina da trintade,pois a palavra declara isto, só estou colocando algo pra nossa reflexão). As veses eu penso; será que conforme passa o tempo, e as doutrinas vão se estabelecendo, as verdades vão surgindo?!. Existe muita coisa, Que cremos hoje, que a alguns tempos atras não cria-mos.
Você argumentou muito sobre carater cristão,. Serta vez li algo muito interssante,"O amor sem doutrina, torna-se... e a doutrina sem o amor é..."(não lembrei, rs).
Pois bem, o que pensar do "TJ",ou do nosso irmão(irmão?) Adventista. Qual é o grau de erro que declara um grupo como "erege". Afinal se formos ver, crente no nossos dias é povo "raça ruim(com exceções)",os "TJ" fazem muito melhor esse trabalho do que nós, mas estão supostamente perdidos. Nós sabemos(sabemos?) tudo e não fazemos nada, eles não sabem nada e fazem tudo.

Parece que eu expus um argumento parecido no outro bloco(sobre o inferno), mas fica aí minha opinião(opinião?)hehe!

27 de novembro de 2009 07:38
J. Carlos disse...

Na verdade são as heresias e os heréticos que não se importam com Deus.

6 de dezembro de 2009 10:49
Eliel Vieira disse...

Eu discordo de você J. Carlos.

Por cerca de 3 anos eu fui calvinista (o que eu hoje considero uma heresia). Mas nem antes e nem atualmente eu deixei de me importar com Deus.

Abraço!

6 de dezembro de 2009 16:10
J. Carlos disse...

Deu-se comigo o contrário. Durante 25 anos fui arminiano, percebi a heresia da soberania humana, e o antropocentrismo pós moderno do evangelho. Hoje sou calvinista.

3 de janeiro de 2010 08:53
Eliel Vieira disse...

J. Carlos,

Aqui eu apresento os motivos de eu não ser calvinista: http://www.elielvieira.org/2008/06/predestinao-e-livre-arbtrio.html

Abraço!

3 de janeiro de 2010 09:20
Alex Altorfer disse...

Brilhante postagem, Eliel! Muito bem embasada nas palavras e atitudes de Jesus descritas nos evangelhos.

Na minha opinião, o maior erro do fundamentalismo bíblico que tanto gosta de condenar hereges é exaltar as palavras do apóstolo Paulo acima das palavras de Jesus. As epístolas paulinas JAMAIS deterão maior peso ou importância que os evangelhos, mesmo que tenham sido escritas trinta ou quarenta anos antes deles. Os evangelistas sinóticos se valeram de fontes anteriores (como o proto-evangelho Q)para retratar o pensamento original de Jesus. Paulo não fez isso. Paulo nos transmite sua própria interpretação particular da fé cristã.

4 de janeiro de 2010 20:35