quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Impressões de um Sábado Ecumênico

No último sábado (29/08/2009), na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Belo Horizonte, aconteceu um estudo bíblico promovido pela editora/livraria Paulus chamado “Entendendo a Carta aos Filipenses”. O presente texto traz algumas impressões que tive sobre a realização deste estudo.

Fiquei sabendo sobre este estudo um mês antes dele acontecer, enquanto ia para a faculdade. O horário, a princípio, me pareceu desanimador: de 9:00 hrs às 17:00 hrs. Passar um sábado inteiro sentado numa cadeira dura estudando uma carta de Paulo que eu já tinha lido quase uma dezena de vezes não era lá algo muito empolgante. Mas, estudar nunca é demais, então fiz minha inscrição e aguardei a chegada do dia 29/08 com certo desdém, sem ter certeza se ia ou não ao estudo. Como minha namorada ganhou uma promoção para passar um final de semana em um SPA e, como este final de semana coincidia com o sábado do estudo, resolvi ir.

Enfim o último sábado de Agosto amanheceu e, ainda assim relutante por causa da preguiça, me aprontei para ir ao local do estudo. Cheguei à Paróquia de Lourdes às 8:45 hrs e a primeira impressão que tive não me agradou muito: cerca de 20 pessoas, das quais umas 12 aparentavam ter mais de 45 anos de idade (a maioria dos presentes eram mulheres). Antes de começar o estudo, um corinho bem “brega” foi cantado a capella pelas irmãs. Aqueles corinhos que, enquanto cantados, as pessoas se abraçam e se cumprimentam. No começo me senti um peixe fora d’água naquele ambiente, mas, a alegria estampada no rosto dos presentes enquanto cantavam e se abraçavam me comoveu: as pessoas que estavam ali estavam realmente felizes e ansiosas não apenas em aprender mais sobre a Bíblia, mas para passar um dia entre amigos, em comunhão.

Algo muito interessante veio a seguir: as pessoas foram convidadas a ir ao centro da sala, dizer o nome, de onde vinham e qual comunidade elas freqüentavam. “Como sou o único peixe diferente aqui, vou ser humilde e me apresentar com as mais breves palavras possíveis”, pensei.

A irmã que estava conduzindo o estudo respondeu “Nós é que estamos aqui para aprender com você, Eliel. Você é muito bem vindo” quando eu disse em minha apresentação que era “Batista” e que estava lá para aprender com eles.

Como fui um dos primeiros a se apresentar, meus temores em razão do fato de eu ser protestante em meio a tantos católicos se mostraram não ser justificáveis: outros protestantes estavam presentes, e outros chegaram após o estudo já ter começado. Na parte da tarde – após todos os participantes terem chegado – éramos 28 pessoas lá, 19 católicos e 9 protestantes (um interessante detalhe é que dos 9 protestantes, 8 eram batistas). Estávamos, portanto, em um ambiente completamente ecumênico, onde as divergências teológicas periféricas ficaram de lado enquanto nos identificávamos sob um único pensamento comum: Jesus Cristo, o filho de Deus. Naquela reunião não éramos católicos, nem batistas, nem pentecostais, nem carismáticos, éramos simplesmente cristãos.

O interessante é que não era esperado pelos organizadores do estudo que tantos protestantes (32% dos presentes) estivessem presentes no local, especialmente por ele acontecer em uma paróquia católica. Mediante tal surpresa, a irmã que ministrou o estudo sugeriu que todos nós almoçássemos na Faculdade Evangélica de Teológica Isabela Hendrix em nome do amor e da união de cristãos de diferente confissão teológica.

Enfim, o ambiente em que estávamos era dos melhores e foi com este clima de respeito mútuo e de unidade que o estudo sobre a carta de Paulo aos filipenses aconteceu. Na parte da tarde, por volta das 14:00 hrs, para melhorar ainda mais o clima em que estávamos, o coral e a orquestra da Paróquia de Lourdes começaram a ensaiar, e o som de grandes obras clássicas do passado invadiu a sala onde estávamos sem pedir licença. Maravilhoso!

Digo com orgulho e com vergonha de que esta foi apenas a segunda ou terceira vez no ano de 2009 que saí de uma reunião cristã pensando “puxa, valeu mesmo a pena ter vindo aqui!”. Primeiramente, descobri que não conhecia praticamente nada sobre a carta de Paulo aos Filipenses – que já havia lido antes quase 10 vezes – antes deste curso. Realmente, aprendi bastante. O orgulho sentido após sair do estudo foi devido as muito boas impressões que pude extrair daquela reunião ecumênica, onde ninguém se julgava superior em nada aos demais presentes; lá não havia santos, apenas simples pecadores; gente comum, em todos os sentidos iguais, necessitados da mesma Graça de Deus; pessoas que estavam ali buscando apenas conhecer mais sobre o mesmo Deus e por em práticas a comunhão entre irmãos.

Já a vergonha sentida, foi por saber que reuniões como esta que participei são apenas exceções, e que após ter saído dali, havia voltado à minha vidinha de assistir os cultos dos “super-santos”, aqueles “apaixonados por Jesus” que estão absolutamente certos em tudo em que acreditam; que estão tão sempre certos que acham perda de tempo ouvir aqueles que discordam deles; aqueles que acham que estes que discordam não passam de idólatras pecadores filhos de Satanás que vão queimar nos quintos dos infernos.

Enfim, gostei bastante do estudo sobre a carta de Paulo aos Filipenses organizado pelos meus irmãos católicos. Deus abençoe o ecumenismo!


Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

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16 comentários:

Robson 3 de setembro de 2009 13:41  

Você tolera o ecumenismo?

Acha mesmo que os católicos servem ao mesmo Deus que os cristãos? Acha mesmo que eles clamam ao mesmo Jesus que é o Filho de Deus e encarnou?

Cristão é aquele que entregou sua vida a Cristo e segue a verdade dEle. Vc acha que os católicos se enquadram nessa categoria?

A união que prega a Bíblia é a união promovida pela VERDADE. Só a verdade une. Em nenhuma passagem há alguma sugestão do tipo "se não pode com eles, junte-se a eles". Ecumenismo não é ensinado na Palavra de Deus.

Não estou dizendo que não há salvação fora dos protestantes, nem fazendo apologia a denominações. Mas pra que temar em encontrar cristianismo em um lugar que é óbvio que não tem?

E tem outra: a pregação não é por sabedoria de Palavras, mas é poder do Espírito. Os católicos podem falar tudo o que é verdade sobre Filipenses, mas isso será sabedoria de Palavras ou poder do espírito? Não digo que vc é melhor do que eles e por isso não deve se misturar, só digo para não chamar "bom" o que Deus já disse que é "mau".

Metal dElohim 4 de setembro de 2009 10:18  

Infeliz comentário Robson..

Vou me casar com uma mulher CATÓLICA, e ambos nos respeitamos, ambos cremos no Deus Filho, Pai e Espirito Santo, e muita coisa que não conhecia a fundo estou conhecendo da vertente teológica que ela segue.

Já fui ignorante ao ponto de pensar como você, se ficar ofendido... tudo bem, me ofendi pelas suas palavras, afinal, minha futura esposa provem de algo que SEGUNDO VOCÊ é mau, conforme O SEU entendimento do que Deus falou ou deixou de falar...

Creio que se vc fosse irlandês, estaria no meio daquelas guerras estúpidas de catolicos x protestantes

Cresce quem esta disposto a crescer queridão

Robson 4 de setembro de 2009 13:49  

Não posso dizer o que faria se fosse irlandês, pois eu seria um outro eu, mas, sendo irlandês, e tendo a mesma mentalidade que tenho hoje, condenaria tais guerras, pois nossa luta não é contra carne e sangue.

Nossa relação com os católicos não deve ser de guerra religiosa e acusações mútuas, realmente. Deve ser uma relação de amor e respeito, afinal nós devemos amar a todos, não é?

Mas respeitar e amar significa concordar com o que eles fazem? Concordar com o que eles ensinam? Reconhecer que eles divulgam o mesmo evangelho da Bìblia? Pois como Paulo já disse em Gálatas, se alguém vos trouxer por qualquer meio um outro evangelho, seja anátema!

Se casar com uma católica não vai mudar a opinião de Deus sobre eles. Se vc acha que os católicos são apenas uma variante teológica certa aos olhos de Deus, vc ignora as milhares de heresias que eles divulgam. Corrompem a glória de Deus em imagem de homem corruptível, exatamente como diz em Romanos 1.

Devemos respeitá-los, mas nunca compactuar com eles.

Ecumenismo é muito perigoso para a igreja. Ele nos faz pensar que todos os caminhos levam a Deus. Se concordamos com o ecumenismo, não precisamos mais pregar o evanglho aos católicos, afinal eles já estão evangelizados desde o berço, não é?

Robson 4 de setembro de 2009 13:50  

Creio que os links abaixo podem explicar melhor:

http://www.pulpitocristao.com/2008/11/por-ilton-gonalves-th.html

http://cirozibordi.blogspot.com/2009/07/evangelicos-e-catolicos-devem-se-unir.html

http://cirozibordi.blogspot.com/2007/07/as-7-maravilhas-do-mundo-evanglico.html

Eliel Vieira 5 de setembro de 2009 07:04  

Robson,

Você levantou MUITOS pontos em seus comentários, o que merece uma tréplica bem organizada. Estou escrevendo um texto respondendo os pontos levantados por você e, acredito, até a próxima sexta já deva estar no ar.

Se puder, me mande seu nome completo. Assim, a resposta fica mais completa.

Abraço!

Robson 6 de setembro de 2009 12:02  

Não sei se vc viu, mas eu deixei recado pra vc no orkut.

Lá tem meu nome e sobrenome.

Mas se a sua resposta fica mais completa se usar meu nome completo, é porque vem chumbo grosso.

Não esqueça de ser educado, OK?

Paz.

Robson 6 de setembro de 2009 13:16  

Andei pelo seu blog e vi o seu post

http://www.elielvieira.org/2009/07/cristianismo-e-as-demais-religioes.html

onde vc expressa melhor sua visão sobre o assunto. Considere esse post pra fazer sua tréplica, OK?

Vc deu a entender que adota o pensamento inclusivista. Eu sinceramente não tenho muitos argumentos pra confrontar isso. Existe até um livro com esse propósito chamado "Fator Melquisedeque", em que o autor usa o personagem de Gênesis 14 para justificar a existência de "outras revelações", que não a judaico-cristã.

Bem, sem entrar no mérito dessas "outras revelações", acho que pelo menos eu e você concordamos que Jesus é o único caminho. Não importa o jeito que ele se revela, o único lugar que importa que todos sejam salvos é a cruz de Cristo através do seu sangue. Se você tem objeções quanto a isso, fale o mais rápido possível, para eu não perder mais tempo discutindo.

Mas eu vejo alguns problemas em sua argumentação:

1 - Você sempre recorre ao que os cristãos dizem ("o espírito testifica...", "eu sinto conforto", "foi aqui que encontrei a felicidade", etc), mas pouco recorre ao que a Bíblia diz. Sabemos que se tivermos que justificar a nossa religião com base nos atos dos seus fiéis, estamos perdidos, porque sabemos que tanto os católicos quanto os protestantes foram capazes de atrocidades em nome de Deus. Vc tem sempre que recorrer à Bíblia, nem que pra isso tenha que reconhecer que na verdade não há nem 1% de verdadeiros cristãos entre os cristãos nominais.

2 - Algumas correntes do cristianismo são apenas variações teológicas amenas. Outras são heresias totais, que diminuem a obra de Cristo. Não é uma questão de identificar a mais certa, mas sim de eliminar as totalmente erradas de cara, entendeu?

3 - Proclamar o "inclusivismo" com base em suposições, ou em o que nós chamamos de justiça divina, por causa de dó com os perdidos, é um atestado de insuficiência bíblica. Que vc concorde com essa posição, tudo bem, mas se não der base bíblica pra ela, será somente uma muleta teológica infundada, baseada somente em achismos. Uma base bíblica pra isso seria justamente o "fator Melquisedeque", mas temo que tem que forçar muito a barra pra chegar nessas conclusões.

4 - As outras religiões podem mesmo não ser erradas de cabo a rabo. Mas elas continuam irremediavelmente erradas, pois nenhuma delas resolve o problema central do homem: o pecado e o seu salário, a morte. Elas podem falar da luta contra a fome, contra a pobreza, contra as guerras, tudo bem, mas isso nunca resolverá o problema principal.

5 - O ecumenismo, se visto sob a perspectiva de unir as forças para lutar contra problemas extra-eclesiásticos, como a violência, a fome, etc. é benéfico e faz parte sim de nosso dever como cristãos, e vc ressaltou bem isso. Porém citou a palavra "diálogo", que temos que definir direito.

O diálogo quer dizer agir conjuntamente em busca de um objetivo comum, ou quer dizer uma troca de idéias? O diálogo pressupõe um acordo de não-proselitismo? O diálogo entende que todos servimos o mesmo Deus de formas diferentes. No caso do diálogo com os católicos, ele requer que consideremos que todos seguimos ao mesmo Cristo? Que a idolatria não afastaria de Deus? Que eles podem ser cheios do Espírito Santo, mesmo negando o verdadeiro evangelho?

Lourival 6 de setembro de 2009 16:36  

Caro Eliel,
Você desce a lenha no Malafaia, e com razão, pois fazer negociação com Deus (dê R$ 900,00 para receber as bençãos divinas)é uma completa aberração teológica. Mas convenhamos amigo, participar de reunião ecumênica sob a direção de católicos é uma aberração teológica maior ainda.
Você precisa conhecer melhor o que crê a igreja católica, para não entrar nessa furada. Reflita sobre alguns itens a seguir.
1-A salvação é pela graça mediante a fé, ou é pelas obras?
2-Todos serão salvos, ou todo o que crê?
3-O que significa a missa para o católico? Crucificam a Cristo a cada eucaristia, sim ou não?
4-A Bíblia é a Palavra de Deus, sim ou não?
5-voce crê na infalibilidade papal, sim ou não?
6-O batismo de criança tem eficácia?
7-Maria permaneceu virgem, mesmo tendo outros filhos após o nascimento de Jesus, sim ou não?
8-Maria é mãe de Deus?
9-Maria já ascendeu ao céu, sim ou não?
10-Você crê na existência do purgatório, sim ou não?
11-Você aceita as imagens de escultura?
Poderia elencar muito mais, mas o que escrevi basta.
O que vejo, é que há uma grande estratégia dos católicos para "unir" os "cristãos" em torno de si mesmos e angariar adeptos, já que perderam muitos.
Não somos donos da verdade, mas aceitar participar de reuniões dirigidas por eles, realmente não dá.
Creio porém, que existem pessoas sinceras entre os católicos e em outras religiões, assim como existem muitos que estão nas igrejas "evangelicas", mas que de cristãos não tem nada.
Os sinceros de outras religiões precisam conhecer a verdade, para serem libertos, os "evangelicos" insinceros, precisam também conhecer a verdade para libertos serem, e viverem Cristo em suas vidas

Eliel Vieira 6 de setembro de 2009 18:44  

Robson,

As respostas às suas perguntas encontram-se neste link: http://www.elielvieira.org/2009/09/resposta-robson-cota-sobre-os-catolicos.html


Lourival,

Vamos às suas perguntas:

1 - A salvação é pela graça mediante a fé, ou é pelas obras?

R: Pela fé, mas a fé sem obras é morta, logo, é necessário ter obras para ser salvo, pois, se não tiver obras, não se tem fé.

2 - Todos serão salvos, ou todo o que crê?

R: Deus decidirá. Ele repreendeu a Pedro por ele ter considerado o Centurião Cornélio como uma pessoa impura, simplesmente por ele não ser judeu. Deus ordenou para que não considerássemos a ninguém como puro ou impuro.

3 - O que significa a missa para o católico? Crucificam a Cristo a cada eucaristia, sim ou não?

R: Sim e não. Aquilo é apenas um ritual de "lembrança" do que aconteceu, meu amigo. Eles não acreditam que estão efetivamente crucuficando Jesus em todas as suas reuniões.

4 - A Bíblia é a Palavra de Deus, sim ou não?

R: Sim, mas como qualquer livro, ela contém seus erros, pois foi escrito pela mão de seres humanos comuns. Leia este texto e tire algumas dúvidas: http://cristianismopuro.blogspot.com/2009/02/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

5 - Voce crê na infalibilidade papal, sim ou não?

R: Não. Como eu disse em minha resposta ao Robson, eu não preciso mudar de opinião para participar de um estudo bíblico junto com católicos. O estudo foi sobre filipenses e, até onde eu sei, a infabilidade papal não está relacionado ao assunto desta carta.

6 - O batismo de criança tem eficácia?

R: Se não tem, um monte de protestante está errado, pois as igrejas presbiteriana, metodista, anglicana e luterana (todas elas protestantes) batizam seus membros quando crianças.

7 - Maria permaneceu virgem, mesmo tendo outros filhos após o nascimento de Jesus, sim ou não?

R: Não, pois ela teve outros filhos, como Tiago.

8 - Maria é mãe de Deus?

R: Não, ela é mãe do Jesus Cristo "humano", não de Deus.

9 - Maria já ascendeu ao céu, sim ou não?

R: Talvez isto tenha acontecido, mas não temos nenhuma evidência que suporte isto.

10 - Você crê na existência do purgatório, sim ou não?

R: Não.

11 - Você aceita as imagens de escultura?

R: Gosto de imagens e pinturas, pois gosto de arte. Mas para mim elas são tão inofencivas como as pinturas de Caravaggio.

----

Respondidas as tuas questões Lourival, digo que elas foram inúteis. Você cometeu a mesma confusão do Robson, vocês confundem ecumenismo com sincretismo. E isto são coisas completamente diferentes.

Leia minha resposta ao Robson e, se persistirem as dúvias, me escreva.

Abraço!

informadordeopiniao 7 de setembro de 2009 11:59  

É por ler umas coisas destas que vejo nalguns comentários que sinceramente prefiro o ateísmo ao embotamento seja de qual confissão religiosa for. Sinceramente. E o pior de tudo, é ver a presunção até hilária com que se defende o absurdo. Católico, evangélico, etc., fundamentalista, é a maior praga da religião desde as guerras dos séculos XVI e XVII.

informadordeopiniao 7 de setembro de 2009 12:04  

Sem contar que vemos nos comentários manifestarem justamente o maior sintoma doentil do fundamentalismo: a confusão entre ação do Espírico com ~lavagem cerebral, homilética de provocar estupor e catarse coletiva, anti-intelectualismo, histeria, imposição através do apelo à violação da consciência como uma virtude.

Arghhh

Lourival 8 de setembro de 2009 16:25  

Caro informadordeopinião, você não informa nem forma. Um dia você se encontrará com a verdade e a verdade te libertará deste ceticismo. Quem sabe você se torne um "Fundamentalista", Aquele que está sobre um fundamento, ou seja, um alicerce, Jesus Cristo.

Lourival 8 de setembro de 2009 16:57  

Olá Eliel, suas respostas às perguntas que fiz, demonstram que de fato, suas convicções teológicas, não se firmam naquilo que a Bíblia diz.
Quando lhe fiz as perguntas, quis conduzí-lo a refletir a respeito do pensamento católico que conflitam com nossa crença.
1-a fé sem obras é morta, mas o católico não prega a fé, mas as obras como objeto que conduz à salvação.
2-Deus não decidirá quem será salvo ou não (aqui está um grande erro católico). Se assim fosse Jesus teria morrido em vão. Não seria necessário ter morrido na cruz. Mas sem derramamento não há remissão.
Quem crê em Jesus será salvo, quem não crê já está condenado.
Quanto a Cornélio, ele precisou crer em Jesus para ser salvo, mesmo sendo um homem "temente a Deus e que fazia boas obras. Leia o contexto de Atos 10 (v.43).
3- Investigue melhor e descobrirá que o missa não é uma simples lembrança, como a ceia batista, para eles, estão comendo a carne e bebendo o sangue do Cristo crucificado.
4-A Bíblia em sua essência não contém erros,as versões sim, as traduções também, mas o canon Bíblico não.
O catolicismo crê que a tradição tem o mesmo valor que a Bíblia. E ao longo dos séculos introduziram diversas doutrinas que estão a anos luz de distância da verdade.
5-Quando falei sobre a infalibilidade papal, estava procurando mostrar pontos conflitantes com nossa doutrina, e de fato isso não tem nada a ver com a reunião que você participou de estudo sobre Filipenses, que é um livro maravilhoso de se estudar.
6 a 8 concordamos
9-Maria como todos os outros fiéis ao Senhor foram para o seio de Abraão, como é indicado na história do Rico e Lázaro.
Todos aguardando a segunda vinda de Jesus.
10-O purgatório não existe e você concorda comigo. Os católicos interpretaram um argumento de Agostinho em que ele disse que poderia ser que houvesse um lugar onde as almas passassem por uma purgação. Eles fizeram de uma suposição, uma doutrina.
11-Se fosse apenas arte tudo bem, no entanto, dobrar-se diante delas é o que não posso suportar.
Bem, cada um crer no que quer, mas precisamos sempre lembrar que cada um de nós dará conta de si a Deus.Eu inclusive, você também, e nosso amigo informadordeopinião, mesmo que não creia, também.
Abç

Eliel Vieira 8 de setembro de 2009 17:21  

Lourival,

Antes de qualquer coisa - para não ficar dando nó em pingo d'água - leia este texto que eu escrevi em resposta ao Robson: http://www.elielvieira.org/2009/09/resposta-robson-cota-sobre-os-catolicos.html

Neste texto eu defendo o ecumenismo à luz dos questionamentos do Robson (alguns questionamentos dele são idênticos aos seus).

Pois bem, para começar, "Bíblia" é questão de interpretação, portanto, posso eu muito bem ser aquele que está fundamentado na Bíblia enquanto você não está. Mas, isto para mim é um tanto indiferente. "Fé" é algo que se pratica muito mais do que algo em que se acredita, portanto, se o pão e vinho são transubstanciados na hora da ceia, isto é completamente indiferente. Não acredito que Deus vá deixar de amar alguém porque ela acredita na "opção" errada quanto a este assunto.

A questão aqui, Lourival, é sobre o ecumenismo, não sobre o que os católicos acreditam. Como protestante, eu concordo com você que muitos ensinamentos católicos nao condizem com a Bíblia. Porém, diferentemente de você, eu não acho que este seja um bom motivo para deixar de pensar neles como irmãos, uma vez que existem distorções teológicas no seio protestante também, e nem por isso eu deixo de pensar neles como não-irmãos.

Vamos a um caso típico e simples:

- Presbiterianos acreditam que Deus predestinou de antemão todas as pessoas que seriam salvas e todas que iriam para o quinto dos infernos, independente do que eles teriam feito. Estes, afirmam que aqueles que pensam diferentes são hereges, pois colocam a humanidade acima da soberania de Deus.

- Batistas afirmam que Deus concedeu livre-arbítrio ao homem para que o homem escolhesse que esse quer ou não ser salvo. Estes, afirmam que os que pensam diferente têm uma visão tirânica de Deus.

Quem está certo? Quem está errado? Os errados deixam de ser cristãos? São hereges? Devem ser evitados?

Não!

Por que com os católicos deve ser diferente? Em minha opinião eles são meus irmaos, apesar das discordâncias teológicas. Por que? Simples, eles reconhecem que Jesus Cristo é o Filho de Deus, portanto, no sentido da definição bíblica do termo, eles são "cristãos".

Mas, voltanto a repetir, esta NÃO É uma discussão sobre o que os católicos pensam (eu concordo com você que alguns de seus pensamentos possuem distorção teológica). A discussão aqui é se é VALIDO se sentar com eles e conversar sobre temas que são de interesse mútuo: como o estudo da Bíblia.

Eu penso que sim, é válido. Leia o texto indicado acima, lá eu explico mais detalhadamente porquê.

Um abraço,

Eliel

Metal dElohim 9 de setembro de 2009 08:20  

"Por que com os católicos deve ser diferente? Em minha opinião eles são meus irmaos, apesar das discordâncias teológicas. Por que? Simples, eles reconhecem que Jesus Cristo é o Filho de Deus, portanto, no sentido da definição bíblica do termo, eles são "cristãos". (2)

Robson, em momento algum disse que concordo com a visão teologica dos Católicos, como tbm não concordo na "pré-destinação" que os Presbiterianos creem, e nem por isso fico batendo boca com irmãos das denominações citadas sakou?

Afirmar que é algo do mau é algo que contraria mtos pensamentos de catolicos, afinal, minha futura esposa não concorda com adorações de santos, porém como tem crentes ignorantes que dão "900,00 reais" para pastores, tem catolicos ignorantes que morrem para poder tocar no pé de uma imagem...

Tem casos e casos... Deus abençoe

informadordeopiniao 10 de setembro de 2009 15:05  

Robson,

como sempre se fala que suicídio é pecado, suicídio intelectual está incluso. Penso que se eu fingir de conta que nunca estudei história da igreja, e as diferentes dogmáticas, para me fincar nos clichês que se impõem no medo e em homiléticas de lavagens cerebrais, eu estaria pecando. Se eu fingir de conta, pelo medo e pela lavagem cerebral indutora de histeria, que a Bíblia nascera pronta, com o cânon pronto entregue diretamente por Deus nas mãos do líder carismático da denominação, estaria pecando. Se eu fingisse que as doutrinas da Encarnação, do Espírito Santo,Trindade, etc., fossem outorgadas diretamente ao pastor da igreja local, de forma que qq um que se soltasse numa ilha deserta com uma bíblia as formularia, estaria pecando. O "Jesus" do fundamentalismo, que é docético, pleno de anacronismo e descontextualizado com aquele que andou e anunciou o Reino nas paragens da Galiléia numa população predominantemente analfabeta e sobrecarregada com as expropriações, que se tivesse se aferrado ao discurso do funfamentalismo hoje não teria tido relevância alguma por seu tempo, eu estarei pecando. Não quero fingir de conta que séculos e séculos de cristianismo não tivera espiritualidade, e sim, ela voltara desde Pentecostes com a mediocridade da espiritualidade ululante que vemos hoje, sem história e sem estética, mas com a síndrome do umbigo de Adão.
Não, não quero entrar na disputa para reivindicar para minhas indisiocrassias a vitória que Jesus conquistou na cruz. E com uma presunção que não se sustenta a não ser no grito!?! O Reino não se constitui disso e não se constituirá com isso.

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