segunda-feira, 8 de junho de 2009

Inferno de Fogo – Uma Objeção Lógica

Todas as pessoas já devem ter ouvido sobre um lugar chamado “Inferno”. Se você for cristão, provavelmente você já ouviu sobre este desagradável lugar em alguma das reuniões cristãs que você tenha ido. Se você não for cristão, é bem provável que você já a tenha ouvido sobre o inferno pela boca de algum cristão, ou em livros, TV, filmes, etc.

O Inferno é um lugar muito desagradável, onde o fogo destruidor jamais pára de queimar. Conforme o ensinamento cristão, para este lugar vão todas as pessoas – sejam boas ou más – que não confessaram Jesus Cristo como salvador, para sofrerem por toda a eternidade sem direito a descanso ou pausa.

Para você entender o que venha a ser o inferno, leia as palavras do pastor protestante Jonathan Edwards em seu famoso sermão “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado”.

Quando você olha para frente, verá uma longa eternidade, uma duração ilimitada diante de você, que tragará seus pensamentos e pasmará sua alma. Você se desesperará por jamais ter libertação, fim, mitigação, descanso. Você saberá que tem de gastar longas eras, milhões e milhões de eras, em luta e em conflito com esta vingança impiedosa e todo-poderosa. Então, quando tantas eras tiverem passado por você, desta maneira, você saberá que tudo é senão um ponto para o que ainda resta. De forma que seu castigo será realmente infinito.

Terrível, não? Mas leia isto então:

O Deus que o segura acima da cova do inferno, muito semelhante à pessoa que segura uma aranha ou algum inseto repugnante acima do fogo, o detesta e é horrivelmente provocado. Sua ira por você arde como fogo. Ele olha você como merecedor de nada mais que ser lançado ao fogo. Ele é de olhos puríssimos para ter de suportá-lo em seu campo de visão. Você é dez mil vezes mais abominável aos seus olhos que a serpente venenosa mais odiosa aos nossos olhos.

Jonathan Edwards também diz que Deus assistirá com prazer as pessoas queimando e sofrendo no inferno por toda eternidade:

Mas o grande Deus também está propenso a mostrar sua ira e magnificar sua majestade terrível e poder grandioso nos sofrimentos extremos dos seus inimigos [...] Vendo que este é seu desígnio e que Ele determinou até mostrar quão terríveis são a ira desenfreada, a fúria e a ferocidade de Jeová, Ele a colocará em execução. Haverá algo realizado e feito que será terrível com uma testemunha. Quando o grande e irado Deus tiver se levantado e executado sua vingança medonha sobre o pobre pecador, e o miserável estiver sofrendo o peso e o poder infinito de sua indignação, então Deus chamará o universo inteiro para ver essa majestade terrível e poder grandioso.

Bem, chega de citações de Edwards. Para fazer justiça ao pregador, este foi o único sermão de Edwards que ele fala do Inferno e enfatiza a ira de Deus. Jonathan Edwards, pelo contrário, era uma pessoa muito tranqüila e seus sermões eram sempre práticos, contextualizando passagens da Bíblia ao expô-los para a congregação. “Pecadores nas mãos de um Deus irado” é uma (infeliz) exceção nas obras de Edwards.

A grande maioria dos cristãos acredita no Inferno como um lugar desta maneira, onde as pessoas que não reconheceram Jesus vão sofrer por toda eternidade. Alguns também concordam com Edwards que Deus seja um ser tão asqueroso e repugnante a ponto de exultar com o sofrimento das pessoas no Inferno. A maioria dos cristãos acredita que Hitler (que matou milhões de judeus injustamente) e Gandhi (que se doou para salvar e libertar milhões de indianos) vão sofrer no fogo eterno da mesma maneira por toda eternidade.

Rubem Alves, comentando sobre o inferno e sobre o “Deus irado”, disse:

Se você se decidir a acreditar que o velhinho tem uma câmara de torturas que lhe dá prazer, então você tem de acreditar também que ele é um monstro igual aos torturadores que brincam com as crianças durante o dia e torturam pessoas indefesas durante a noite. Sua bondade diurna não passa de uma farsa. Eu não poderia amar um velhinho assim. Você poderia? Diante de um velhinho assim a gente sente é horror, jamais amor. Quem acredita que Deus tem uma câmara de torturas eterna não pode amá-lo. Só pode temê-lo. Mas como Deus é amor, aquilo que é temido não pode ser Deus. Só pode ser o Diabo. (Fonte)

A mim a questão do inferno sempre perturbou. Nunca tive trauma sobre este lugar – como muitas pessoas têm -, pois nunca acreditei nele, de fato. Quando ouvia sobre o inferno em algum sermão ou lendo algum livro sempre me perguntava: “Se Deus é bom como Ele pode mandar pessoas boas para um lugar tão horrível? Se eu sinto benevolência pelas pessoas que iriam para lá, como Deus não poderia sentir e salvá-las? Como eu posso ser mais benevolente que Deus?”

Neste texto pretendo apresentar uma objeção lógica sobre a existência de um inferno de fogo eterno, baseado em alguns versículos da Bíblia e em alguns princípios cristãos. Pretendo um dia escrever um livro sobre esta questão abordando os pontos polêmicos mais detalhadamente, por hora, apenas uma objeção lógica será apontada.

Os princípios que vão me guiar são os seguintes:

- Em Deus está a plenitude de toda bondade.
- Ninguém pode ser melhor que Deus.
- Deus dá exemplo em tudo o que Ele ordena para nós fazermos. (veja por exemplo, Levítico 11:44)
- Deus não mente. (veja por exemplo, Números 23:19)
- Em Deus não há contradições.

Se você discorda de algum dos pontos acima, sugiro que você deixe de ser cristão. São princípios básicos demais, de forma que é impossível conceber Deus sem a presença de todos os princípios mencionados acima. Se você acha que você pode ser melhor que Deus, Deus não é Deus; se você acha que Deus nos ordena coisas que Ele mesmo não pratica e dá exemplo, logo nós seríamos seres melhores que Deus, o que não pode acontecer, senão Deus não seria Deus; Se Deus mentisse, Ele não poderia exigir de nós que não mentíssemos; E quanto à contradição em Deus, isto é impossível uma vez que Deus é onisciente, ou seja, a plenitude de todo conhecimento e sabedoria reside nEle e, um ser assim não se contradiz.

Pois bem, os versículos bases para este texto são os seguintes:

- Celebrai a Deus, porque ele é bom e sua bondade dura para sempre! (Salmo 136:1)
- Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem. (Mateus 5:43-44)
- Amai vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Será grande a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo, pois ele é bom para com os ingratos e com os maus. (Lucas 6:35)
- Abençoai os que vos perseguem; abençoais e não amaldiçoeis. [...] A ninguém pagueis o mal com mal [...] Antes, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber. [...] Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. (Romanos 12:14-20)

Existem na Bíblia, como se podemos ver, claras ordenanças para que amemos nossos inimigos. Praticar o bem para com quem nos persegue é uma obrigação – não opção – aos cristãos. A questão que levanto aqui é: Deus exigiria de nós tal obrigação se Ele de fato não agisse da mesma forma para com seus inimigos?

Antes de prosseguir a leitura deste texto, reflita por alguns instantes sobre os versículos citados, sobre os princípios sob os quais eu estou me guiando, mencionados um pouco acima, e sobre a pergunta que fiz: Deus ordenaria que nós amássemos os nossos inimigos se Ele não amasse também os seus inimigos?

Quem são os inimigos de Deus?

Um evangélico responderia que os inimigos de Deus são todos aqueles que não reconheceram Jesus como senhor e salvador. Esta resposta está errada. Veja: nem todo aquele que não ama a Deus o odeia e é inimigo dele. Existem bilhões de pessoas no mundo que não me conhecem, mas não as considero minhas inimigas, apenas não-amigas. Não ser amigo é uma coisa, ser inimigo é outra. Os inimigos de uma pessoa, aliás, são aqueles que conhecem uma pessoa, não as que a desconhecem. Neste sentido, convém mencionar, a maior parte dos inimigos de Deus estaria entre aqueles que o conhecem do que entre os que não o conhecem.

Enfim, o ponto aqui é o seguinte: se Deus nos ordena que amemos nossos inimigos, Ele mesmo ama seus inimigos, pois tudo o que Deus pede a nós, ele mesmo dá exemplo praticando a ordenança de forma perfeita. Deus ama muito mais os seus inimigos do que nos amamos os nossos. Se Deus nos ordena que nós supramos as necessidades daqueles que nos perseguem, Deus supre as necessidades daqueles que o perseguem.

Não há como escapar do fato de que Deus ama todos aqueles que não o amam e de igual modo ama todos aqueles que o perseguem. Se Deus não amasse a todos aqueles que o perseguem, Ele não exigiria que nós agíssemos do mesmo modo.

Porém, não há como comportar estas conclusões com a idéia do inferno de sofrimento eterno. Um Deus que manda seus inimigos para o inferno não ama seus inimigos, e sim os odeia. Um Deus que manda as pessoas ao inferno não se assemelha a um marido que perdoou a esposa por traição e sim a um marido que matou a esposa e o amante dela de forma dolorosa torturando-os lentamente.

Se Deus ama seus inimigos, Ele irá suprir a necessidade deles após a morte, não condená-los a uma eternidade de sofrimento!

Um evangélico poderia retrucar dizendo que Deus ama a todos enquanto estamos vivos, mas que depois da morte nossas chances de escapar do inferno acabam. Primeiramente, isto contradiz o Salmo 136:1 que diz que a bondade de Deus dura para sempre. Para sempre é para todo o sempre. Nunca muda. A bondade e a misericórdia de Deus são eternas, jamais mudam. Deus amou seus inimigos e seus não-amigos ontem, os ama hoje, os amará amanhã e os amará após a morte deles. Mesmo porque, por estar além do tempo, não existe “antes” e nem “depois” para Deus.

Aceitar a existência do inferno e que Deus se vingará das pessoas que não o conheceram é, sinceramente, ofender a Deus, porque Deus é bom! Como diz Rubem Alves:

Quem acredita no inferno está, na realidade, acreditando em coisas horrendas sobre Deus. A questão crucial, portanto, nessa pergunta sobre a existência do inferno, é: o que é que você pensa de Deus? [...] Acho que Deus chora também quando os religiosos, que se dizem a seu serviço, espalham esses boatos de que ele se diverte com o sofrimento dos presos na sua câmara de torturas. Se o velhinho não fosse tão bom, acho que seria esses que ele enviaria para uma temporada de curta duração no inferno, se ele existisse... (Fonte)

A objeção lógica que tenho a apresentar em relação à existência do inferno de fogo e sofrimento eterno é esta:

- Tudo o que Deus ordena a nós para fazermos, Ele mesmo o faz de forma perfeita, dando a nós o exemplo que devemos seguir.
- Deus nos ordena que amemos nossos inimigos, não nos vinguemos deles e supramos todas as necessidades que eles têm.
- Deus age da mesma forma para com seus inimigos.
- Logo, Deus não se vinga de seus inimigos. Deus não condenará seus inimigos ao sofrimento eterno no Inferno.

Mas, e as passagens da Bíblia que falam sobre o Inferno?

Disse que não gostaria de me prolongar neste texto, e não vou. Apenas para adiantar o assunto, saiba que as quatro palavras na Bíblia que em português foram traduzidas por “Inferno” (Sheol, Hades, Gueena e Tártaro) foram mal traduzidas e não trazem em si a idéia de “Inferno” como o concebemos. Para ler mais sobre a questão, clique aqui e leia este excelente artigo escrito por Leandro Soares de Quadros, chamado “Existe o Inferno de Fogo?”.

Não quis dizer neste texto que nenhuma pessoa jamais será punida por nenhum de suas distorções morais cometidas enquanto viva. Acho perfeitamente razoável esperar que Deus puna Hitler por seus crimes. Mas não acho que Gandhi, por exemplo, mereça sofrer o mesmo tanto que Hitler sofreu. Não seria justo.

Deus é amor, Deus é justiça! Podemos certamente esperar dEle amor e justiça no julgamento de nossos atos. Porém, um inferno com tortura e sofrimento eterno é algo que nenhuma pessoa que já viveu merece, pois seus erros foram "finitos" ao passo que o castigo no Inferno seria infinito. Reflita sobre estas questões e leia este artigo, muitas de minhas dúvidas foram respondidas por ele.


Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

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DESCONSTRUINDO por Eliel Vieira está licenciado sob Creative Commons Attribution.


10 comentários:

Glauber Ataide 8 de Junho de 2009 10:00  

Uma outra idéia estranha à corrente concepção do inferno pode ser pensada a partir da imagem que ilustra este texto. Na faixa que é segurada pelo demônio há inscrita a expressão latina "In inferno nvlla est redemptio", que significa "No inferno não há salvação".

Se no inferno não há salvação, isso significa que a punição é eterna. Mas por que Deus iria punir uma vida finita de pecados com torturas infinitas? As tentativas de respostas que já ouvi para esta questão não me pareceram satisfatórias.

Timóteo Sampaio 8 de Junho de 2009 10:38  

bom texto, fico feliz por ter te apresentado minha "terrível" colocação..........agora tenho mais um discípulo........hauhauhuahau muito bom, gostei mesmo

Caio Macedo 8 de Junho de 2009 10:53  

Ótimo texto!!!!

Renato Camargos 20 de Junho de 2009 22:26  

Um texto bíblico que me norteou nesse assunto é em Apocalipse que mostra a multidão de vestes brancas. Lá é dito que haviam pessoas de todas as tribos, povos, línguas e nações. Mesmo aquelas tribos que não tiveram acesso ao evangelho, têm acesso à salvação. Não sei como, mas têm. A quem muito é dado, muito é cobrado. A quem pouco é dado, pouco é cobrado.

Abraços.

Browser Games 15 de Setembro de 2009 12:43  

Prezado Eliel,

Você acha que Gandhi não pecou? Existe alguem bom o suficente que possa ser independentemente salvo? As pessoas podem ser salvas pelas sua boas obras?

Não encontrei contradição entre um Deus de amor e pessoas que vão para o inferno, pelo contrário esse texto explica como é possível mesmo existindo Deus pessoas irem para o inferno:

Poderia um Deus amoroso mandar pessoas para o inferno?

http://www.apologia.com.br/?p=54

Ao contrário do que você falou, quem afirma não existir o inferno deve deixar de ser cristão.

Deus te abençõe!

Abraços.

Pri Borgesa 30 de Setembro de 2009 17:41  

Para dizer a verdade tenho tantas dúvidas acerca disso. Minha razão diz que inferno é uma invenção humana, porém cresci ouvindo isso, cresci ouvindo que se não aceitasse Jesus como meu Salvador iria pro mesmo, é um choque de ideias. Uma vez li aquele livro esqueci até um nome, da sra. Baxter contando sua trajetória de quando foi tranportada ao inferno...Seria verdade??Torturas, dor, sofrimento, desesperança. arrependimento, remorso, Pessoas queimando...Não tenho uma opinião formada a respeito mas prefiro acreditar que inferno não existe, pois tenho medo de ir pra lá!!

Edson Macedo 26 de Outubro de 2009 04:28  

Foi ainda no tempo da escola que conheci as doutinas do sono da alma e do aniquilamento. Me lembro que estava mergulhado no mais profundo ceticismo e materialismo filosófico.
Até hoje fico eufórico ao ver o que tais ensinos puderam mudar em minha forma de ver a mim mesmo, a Deus, o cristianismo e o mundo que me rodeia.

Além disso não entendo como tal crença seja sustentada por pessoas cultas como o senhor Lane Craig, Dinesh D'Souza e Alvin Platinga, embora carregue muitas contradições teológico-filosóficas.

A imortalidade do pecador implica na eternidade do mal e na imortalidade do pecado, na insuficiência do Plano da Redenção promovida pelo Messias em uma visão cósmica e na impossibilidade da manifestação necessária da perfeição original e da sustentabilidade e eficácia da Lei de Deus. Não passa de mera fragilização da figura psico-biológica e de um falso processo de espiritualização da imaterialidade.

É claro que a Biblia NUNCA apresenta a alma como corpo supra-sensível, princípio espiritual do homem, separável do corpo e imortal. Sem contar os erros dos tradutores bíblicos traduzindo Geena como inferno ou equívocos em várias interpretações.

A própria doutrina pagã do tormento eterno é uma das pedras no sapato do cristianismo como pode ver-se na cosmovisão de C S Lewis, Lutero, Billy Grahan e tantos outros grandes nomes da religião cristã.

Em uma honesta leitura Deus não seria "culpado" por haver o mal desde que este não seja o desfecho de Sua Criação.

Deus que criou todas as coisas boas vê Sua Criação corrompida pelo homem e anjos rebeldes CRIARIA uma única coisa ruím? Paraíso e inferno poderiam existir juntamente? Seria talvez Ele incapaz de diferenciar como os cristãos juízo eterno de tormento eterno? Creio que não!

Sendo assim o tormento eterno não passaria de mera indigestão no Corpo de Cristo ou de lixo jogado em baixo do tapete.

Este ensino vem se mostrando como pretexto para o ateismo que sendo totalmente inconsistente carrega em si mesmo o problema moral tão jogado na cara do cristianismo e seu Deus amoroso. Mas tal conceito é uma cultura de Roma e da filosofia e mitologia gregas.

As doutrinas da provação existêncial e do sujeito cerebral são as únicas que podem conciliar perfeitamente a leitura crítica da Bíblia, a ciência e a moral ocidental.

Todo o cosmo é um corpo e crer que parte deste corpo esteja fadado ao mal eterno seria afirmar a incapacidade plena da saúde do mesmo.

Recentemente acompanhei um debate onde o adventista Leandro Quadros deu uma aula de conhecimento bíblico demonstrando que não há contradição deste conceito.

Oscar Cullmann, protestante francês escreveu no seu livro Immortalité de l’âme ou Résurrection des morts? (Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos Mortos?): “Há uma diferença enorme entre a expectativa cristã da ressurreição dos mortos e a crença grega na imortalidade da alma. . . . Embora o cristianismo mais tarde conciliasse essas duas crenças e hoje o cristão mediano confunda-as completamente, não vejo motivo para se ocultar o que eu e a maioria dos eruditos consideramos ser a verdade. . . . A vida e o teor do Novo Testamento estão totalmente dominados pela fé na ressurreição. . . . O homem inteiro que está realmente morto é trazido de volta à vida por um novo ato criativo de Deus.”

Não tive problemas na maioria das vezes que conversei com algumas pessoas sobre tal assunto.

Elas não tem muitas dificuldades em entender que é impossível carregar os valores de uma sociedade que ama o tormento alheio diante de um sistema religioso como o cristianismo que prega o perdão e o amor que promove a paz atravéz da inexistência daqueles que puseram-se a ter o afeto proibido pelo mal.

Erram aqueles que pensam que os maus merecem o tormento eterno quando todos (os maus e os "bons") não merecem sequer a existência. E aquilo que não merece existir não merece o tormento (muito menos o eterno) já que somente pode ser atormentado aquilo que existe.

Edson Macedo 27 de Outubro de 2009 15:22  

Demonstrando Através da Simples Lógica que a Doutrina do Tormento Eterno é Impossível

A defesa que o senhor Craig faz de uma possível harmonia entre a coexistência de um Deus de amor e o tormento eterno mostra-se totalmente inconsistente a um mais profundo exame crítico porque não últrapassa a persepectiva de eternidade.

Primeiro gostaria de falar um pouco sobre cosmovisão cristã.
O cristianismo é uma religião.
A palavra religião vem de "religare" ou seja "voltar a ligar". Ele consiste na idéia de que o homem devido seu pecado foi separado de Deus e mediante o sacrifício de Cristo há uma religação entre o Criador e Sua Criação. Esta crença implica em dizer que:

O CRIACIONISMO é a idéia de que existe um Deus perfeito que CRIOU um universo perfeito;

A MORAL CRISTÃ é a idéia de que existe um Deus perfeito e Sua Criação DEVE ser perfeita;

A QUEDA é a idéia de que a Criação deste Deus perfeito DEIXOU de ser perfeita;

O MESSIANISMO é a idéia de que este Deus perfeito RESGATA a Sua Criação à perfeição

O raciocínio basicamente é este:

a)Existe uma lei perfeita no universo que determina o que é e o que não é perfeito
b)O mundo em que vivemos é imperfeito porque não está de acordo com as leis originais de Deus
c)Logo, a imortalidade natural da alma impede que a Criação de Deus se torne perfeita na perspectiva de eternidade, pois o mal e o pecado seriam eternos e uma lei perfeita sendo imutável não poderia ver de forma diferente duas realidades semelhantes.

Fica assim claro que se o pecador é eterno o pecado e o mal são eternos e Deus não poderia ser perfeito já que não haveria perfeição alguma no desfecho de Sua Criação.

Eliel Vieira 27 de Outubro de 2009 15:24  

Muito bom Edson!

Aplausos!

JORGE PAULO BARBOSA 30 de Outubro de 2009 16:28  

Jesus mencionou sobre a destruição da terra por fogo Lucas 12:49, bem como Pedro em sua segunda epístola, capítulo 3 e João no Apocalipse capítulo 20.
Creio ser a Terra o local onde a purificação do pecado ocorrerá mediante fogo que não pode ser apagado, até que que sua obra seja concluída.
O ímpio e os anjos que apostataram, incluindo-se o arqui-inimigo Satanás, deixarão de existir quando o juízo de Deus for executado.
O mal precisa ser erradicado do universo de Deus e este é o instrumento empregado por Ele para purificar nosso mundo.
Quanto a duração do juízo executivo de Deus, não nos é revelado, porém não creio em punição eterna, pois desta forma, a justiça se torna vingança e isso é incompatível com um Deus justo.

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