sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sexta Política #1: E Agora PT?

Muitos políticos tiveram o que comemorar ao fim desta semana. Do lado governista, como já se esperava, todas as 11 acusações contra Sarney no Conselho de Ética do Senado foram arquivadas, terminando assim, em pizza, todo o barulho que tem sido levantando desde Junho contra o presidente da Casa. Do lado da oposição, o senador Arthur Virgílio também teve todas as acusações contra ele arquivadas.

Desta pizza sobe um cheiro forte de “acordão”. Em outras palavras, eu não te acuso e em troca você não me acusa. PMDB e PSDB realmente têm o que comemorar. Talvez, aliás, já estejam ensaiando suas ações em conjunto, afinal, caso Serra ganhe as eleições presidenciais no próximo ano, certamente o PMDB (partido mais chuchu do país) marchará junto com os tucanos na próxima administração.

Mas a pizza não agradou ao paladar de todos, não mesmo. O PT foi o mais prejudicado nesta história. Primeiro, por se ver na encruzilhada de, ou negar o apelo ético de suas raízes e apoiar José Sarney, ou, manter-se fiel ao lema do partido e propor a continuação das investigações contra o presidente da Casa – o que, obviamente, minaria a governabilidade de Lula, já que o PT está escravo ao PMDB há muito.

Diante desta encruzilhada, a direção nacional do partido optou por negar a ética pela qual o partido tanto brigou e recomendou aos parlamentares petistas na Comissão de Ética a votarem pelo arquivamento de todos os processos contra Sarney. Alguns petistas, como o senador Aloísio Mercadante (SP) e Flávio Arns (PR), se mostraram profundamente contrários à postura da direção executiva nacional do partido e há sinais evidentes de racha no partido.

Mas não é apenas isso. Além de tomar para si o peso da opinião pública e de ver a possibilidade do partido se desmantelar e não seguir unido para as importantes eleições do próximo ano, o partido sofreu esta semana a baixa de Marina Silva (AC), ex-ministra do Meio Ambiente e militante do PT há mais de 30 anos, que está de malas prontas para o PV, que pretende lança-la candidata à presidência da república no próximo ano.

Uma candidata nova e da importância de Marina Silva é um enorme perigo às pretenções petistas de eleger Dilma Roussef ano que vem. No mínimo, toda a empolgação de se ter uma candidata mulher à presidência vai ser dividido entre as duas.

Pois é PT, e agora?



Eliel Vieira
eliel@elielvieira.org

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